domingo, 13 de novembro de 2011

Certezas

Lá fora chove. Forte. Eu gosto muito da chuva e do misto de calmaria e revolta que ela traz. Mas ultimamente, eu diria que ela não tem sido uma boa companhia. Sabe-se lá porque, ..na verdade talvez eu tenha minhas teorias para que ela me incomode tanto.
É que quando olho a água descendo o chão, me faz sentir saudade. Não minto. Não escondo. A chuva que cai me faz lembrar você; e das múltiplas coisas que faziamos, dizíamos.. Era tão mágico e inesquecível ao mesmo tempo, tão volátil e fugaz. São memórias boas, não há como dizer ao contrário. O bem que me fizestes, duvido alguém capaz de fazer igual. Sabia me arrancar sorrisos sinceros, mesmo quando via meus olhos pesados de tristeza. Isto não é algo que dê para explicar, foram momentos meus aos quais ninguém conseguira entender o brilho dos meus olhos ao falar de ti.
Sabia me surpreender, mesmo depois de algum tempo, de várias presenças inotáveis de ambos. Vinha com olhos inocentes e um sorriso malicioso, de quem quer alguma coisa, mas que só faz subentender; que suborna a inteligência e a percepção. Tem aquele ar de quem é tão seguro de si, e que joga fora todas as minhas armaduras. E eu odiava ser fraca, vulnerável e frágil a você. É criptonita , crack, heroína, é droga, é armadilha bem armada. E eu ? Uma ingenua que sempre colocava o pé em lugar errado. Que disse que iria tratar com frieza o dono dos olhos mais lindos do mundo.
Mas sempre contradiz quando ele chega, treme toda feito bambuzal em dia de ventania. Não nego - ele sabe as manhas para me desmontar. E eu adoro, ao mesmo tempo odiando tanto. Mas ele pisa, machuca, magoa; e eu tenho de aceitar, afinal ele mora ali, e querendo ou não se apropiou como sem-terra. E não sai. À força. Com jeito. Com rejeição. Fica, e insiste em ficar.
E eu tenho, preciso aceitar que ele não vai sair dali. Querendo sim ou não, não vai parar de chover, nem de me fazer lembrar.

Bruna Saturnina